Totus Tuus Mariae




Catequese
  • Voltar






02/06/2012
São permitidas músicas protestantes dentro da Santa Missa?




                          Pe. Paulo Ricardo: "Resposta Católica" 
A música executada na celebração da Santa Missa, como tudo que envolve esta celebração – centro da vida do cristão católico – não é qualquer música, portanto, não pode ser escolhida aleatoriamente. A Igreja, ao longos dos seus dois mil anos de História, sempre teve especial atenção aos cânticos e músicas executadas nas mais diversas celebrações, especialmente na Santa Missa. O Catecismo da Igreja Católica dedica os números 1156, 1157 e 1158 a explicar a importância do canto e da música para a liturgia:
 
”A tradição musical da Igreja universal constitui um tesouro de valor inestimável que se destaca entre as demais expressões de arte, principalmente porque o canto sacro, ligado às palavras, é parte necessária ou integrante da liturgia solene. (…) O canto e a música desempenham sua função de sinais de maneira tanto mais significativa por estarem intimamente ligadas à ação litúrgica, segundo três critérios principais: a beleza expressiva da oração, a participação unânime da assembleia nos movimentos previstos e o caráter solene da celebração. Participam assim da finalidade das palavras e das ações litúrgicas: a glória de Deus e a santificação dos fiéis. (…) Todavia, os textos destinados ao canto sacro hão de ser conformes à doutrina católica, sendo até tirados de preferência das Sagradas Escrituras e das fontes litúrgicas.”
 
Ora, o texto do CIC é bastante claro no sentido de que a Igreja possui a música como patrimônio e este não deve ser jogado fora. Não é possível deixar de lado esse tesouro em detrimento de músicas que estão “na moda”. É preciso perceber que o canto e a música colaboram para que o fiel mergulhe no mistério da celebração e aproxime-se do centro que é Deus. O Papa Bento XVI, em sua exortação apostólica “Sacramentum Caritatis” é ainda mais objetivo quando diz:
 
Na sua história bimilenária, a Igreja criou, e continua a criar, música e cânticos que constituem um patrimônio de fé e amor que não se deve perder. Verdadeiramente, em liturgia, não podemos dizer que tanto vale um cântico como outro; a propósito, é necessário evitar a improvisação genérica ou a introdução de gêneros musicais que não respeitem o sentido da liturgia. Enquanto elemento litúrgico, o canto deve integrar-se na forma própria da celebração; consequentemente, tudo — no texto, na melodia, na execução — deve corresponder ao sentido do mistério celebrado, às várias partes do rito e aos diferentes tempos litúrgicos. Enfim, embora tendo em conta as distintas orientações e as diferentes e amplamente louváveis tradições, desejo — como foi pedido pelos padres sinodais — que se valorize adequadamente o canto gregoriano, como canto próprio da liturgia romana.”
Assim, percebe-se que a música e o canto não podem ser escolhidos sem critérios, deve-se respeitar o sentido da liturgia, que é adorar a Deus, fazendo memória da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. É preciso sair do antropocentrismo e devolver a Deus, seu lugar no centro da celebração.
 
De forma prática, necessário se faz considerar ainda que nem todo católico possui formação adequada para perceber eventuais erros teológicos ou mesmo heresias que possam estar inseridas em músicas protestantes. É um mal que pode e deve ser evitado. Seguro, então, é caminhar pela vereda apontada pelo Doce Cristo na Terra, o Papa Bento XVI: preservar o patrimônio de fé e de amor que é a música e o canto sacros, utilizando-os e focando na formação dos músicos, “valorizando adequadamente o canto gregoriano, como canto próprio da liturgia romana”.
Fonte: http://padrepauloricardo.org
             
Leia também:  "Não às palmas durante a Missa"
 

NÃO ADULTERE A LITURGIA  -  Pe. Antonio Paes Junior

1. Reunião… muito bem. Ensaio… ótimo. E a oração juntos? E a adoração juntos? Se não rezam juntos, um CD seria melhor…

2. Cantores: às vezes, o silêncio é o melhor canto.

3. Cantores: o improviso é uma arma que o diabo tenta enfiar na Missa: distrai, tira a paz, irrita, causa brigas e ainda fica feio.

4. Seria bom que os cantos tivessem alguma relação ou com o Tempo Litúrgico que se vive, ou com os textos da Liturgia da Palavra do dia ou com o momento que se está na Missa.

5. Há uma diferença razoável entre banda (show, animação, bota pra quebrar) e ministério de música (celebração, adoração, corações ao alto).

 6. O canto final é a última mensagem da Igreja para aquele povo que foi à Missa. Não pode ser considerado um mero “canto de dispersão da assembléia”.

7. Nunca é demais lembrar algumas orientações do Santo Padre São Pio X: a música sacra deve possuir, em grau eminente, as qualidades próprias da liturgia, e nomeadamente a santidade e a delicadeza das formas, donde resulta espontaneamente outra característica, a universalidade.

Deve ser santa, e por isso excluir todo o profano não só em si mesma, mas também no modo como é desempenhada pelos executantes.

Deve ser arte verdadeira, não sendo possível que, doutra forma, exerça no ânimo dos ouvintes aquela eficácia que a Igreja se propõe obter ao admitir na sua liturgia a arte dos sons. Mas seja, ao mesmo tempo, universal no sentido de que, embora seja permitido a cada nação admitir nas composições religiosas aquelas formas particulares, que em certo modo constituem o caráter específico da sua música própria, estas devem ser de tal maneira subordinadas aos caracteres gerais da música sacra que ninguém doutra nação, ao ouvi-las, sinta uma impressão desagradável.

Estas qualidades se encontram em grau sumo no canto gregoriano, que é por conseqüência o canto próprio da Igreja Romana, o único que ela herdou dos antigos Padres, que conservou cuidadosamente no decurso dos séculos em seus códigos litúrgicos e que, como seu, propõe diretamente aos fiéis, o qual estudos recentíssimos restituíram à sua integridade e pureza.

Por tais motivos, o canto gregoriano foi sempre considerado como o modelo supremo da música sacra, podendo com razão estabelecer-se a seguinte lei geral: uma composição religiosa será tanto mais sacra e litúrgica quanto mais se aproxima no andamento, inspiração e sabor da melodia gregoriana, e será tanto menos digna do templo quanto mais se afastar daquele modelo supremo. (Peço licença para interromper o Santo Padre e fazer uma sugestão: os monges de Abadia da Ressurreição em Ponta Grossa tem um vasto material de Canto Gregoriano em português, por que não utilizá-lo para depois introduzir os cantos em latim?)

O canto gregoriano deverá, pois, restabelecer-se amplamente nas funções do culto, sendo certo que uma função eclesiástica nada perde da sua solenidade, mesmo quando não é acompanhada senão da música gregoriana.

Procure-se nomeadamente restabelecer o canto gregoriano no uso do povo, para que os fiéis tomem de novo parte mais ativa nos ofícios litúrgicos, como se fazia antigamente.

A Igreja tem reconhecido e favorecido sempre o progresso das artes, admitindo ao serviço do culto o que o gênio encontrou de bom e belo através dos séculos, salvas sempre as leis litúrgicas.Por isso é que a música mais moderna é também admitida na Igreja, visto que apresenta composições de tal qualidade, seriedade e gravidade que não são de forma alguma indigna das funções litúrgicas.

Todavia, como a música moderna foi inventada principalmente para uso profano, deverá vigiar-se com maior cuidado por que as composições musicais de estilo moderno, que se admitem na Igreja, não tenham coisa alguma de profana, não tenham reminiscências de motivos teatrais, e não sejam compostas, mesmo nas suas formas externas, sobre o andamento das composições profanas. (S. Pio X. Motu próprio TRA LE SOLLICITUDE)

8. Sei que alguém poderia dizer: Mas esse negócio de canto gregoriano é de antes do Concílio, o Papa São Pio X é do início do século XX… Hoje, depois do Concílio as coisas tem que ser novas. Por isso: “A Igreja reconhece como canto próprio da liturgia romana o canto gregoriano; terá este, por isso, na acção litúrgica, em igualdade de circunstâncias, o primeiro lugar.” (Sacrossanctum Concilium, n. 116)

9. Penso ser bom recordar que profano aqui não quer dizer pecaminoso, mas fora do uso litúrgico. Dou um exemplo: Eu tenho tanto pra lhe falar, mas com palavras não sei dizer… Não é uma música pecaminosa, mas profana. Fala da beleza do amor humano e outros valores muito elevados, mas não serve para a liturgia, mesmo que se diga que se está cantando para Jesus…

10. Por isso Rock, Baião, Sertanejo Universitário, Samba e outros modos musicais não podem ser utilizados na liturgia. Então, os instrumentistas tomem muito cuidado para não darem um “ar” de rock ou outros estilos musicais as músicas litúrgicas. Especialmente aquelas mais tradicionais.

11. É certo que alguns pensam que a introdução de ritmos profanos na liturgia pode atrair mais pessoas para a Igreja, seria bom recordar aqui o nosso atual Papa: “Diria que uma Igreja que procura sobretudo ser atraente já estaria num caminho errado, porque a Igreja não trabalha para si, não trabalha para aumentar os próprios números e, assim, o próprio poder.” (Bento XVI em entrevista durante a viagem para a Inglaterra. 16 de setembro de 2010).

12. Não se trata de querer as Igrejas vazias. A Igreja deve ser diferente, e os seus cantos também. E é essa diferença (que não é esquisitice) que atrai.

13. Termino com um pensamento otimista: O NOSSO POVO É CAPAZ. Não nivelemos por baixo! Não tratemos o nosso povo como pessoas ignorantes! Ensinemos com paciência, constantemente, e veremos ressurgir o que se destruiu por falta de compreensão do que ensina a Igreja.

Fonte:Dedilhando a formação





Artigo Visto: 2040