Totus Tuus Mariae




Catequese
  • Voltar






02/06/2012
NÃO às palmas, durante a Santa Missa.




 
                       Arquidiocese de Niterói proíbe palmas em missas
 
Dom Roberto Francisco, Bispo Auxiliar de Niterói, em seu último artigo publicado no site de nossa Arquidiocese, explica o porquê D. Alano e ele proibiram as palmas dentro das Celebrações Eucarísticas da Arquidiocese:
 
“Porque não se adequa a teologia da Missa que conforme a Carta Apostólica Domenica Caena de João Paulo II do 24/02/1980, exige respeito a sacralidade e sacrificialidade do mistério eucarístico: “0 mistério eucarístico disjunto da própria natureza sacrifical e sacramental deixa simplesmente de ser tal”. Superando as visões secularistas que reduzem a eucaristia a uma ceia fraterna ou uma festa profana. Nossa Senhora e São João ao pé da cruz no Calvário, certamente não estavam batendo palmas. Porque bater palmas é um gesto que dispersa e distrai das finalidades da missa gerando um clima emocional que faz passar a assembléia de povo sacerdotal orante a massa de torcedores, inviabilizando o recolhimento interior. Porque o gesto de bater palmas olvida duas importantes observações do então Cardeal Joseph Ratzinger sobre os desvios da liturgia :
 
“A liturgia não é um show, um espetáculo que necessite de diretores geniais e de atores de talento. A liturgia não vive de surpresas simpáticas, de invenções cativantes, mas de repetições solenes. Não deve exprimir a atualidade e o seu efêmero, mas o mistério do Sagrado. Muitos pensaram e disseram que a liturgia deve ser feita por toda comunidade para ser realmente sua. É um modo de ver que levou a avaliar o seu sucesso em termos de eficácia espetacular, de entretenimento. Desse modo, porém , terminou por dispersar o propium litúrgico que não deriva daquilo que nós fazemos, mas, do fato que acontece. Algo que nós todos juntos não podemos, de modo algum, fazer. Na liturgia age uma força, um poder que nem mesmo a Igreja inteira pode atribuir-se : o que nela se manifesta e o absolutamente Outro que, através da comunidade chega até nós. Isto é, surgiu a impressão de que só haveria uma participação ativa onde houvesse uma atividade externa verificável : discursos, palavras, cantos, homilias, leituras, apertos de mão. Mas ficou no esquecimento que o Concílio inclui na actuosa participatio também o silêncio, que permite uma participação realmente profunda, pessoal, possibilitando a escuta interior da Palavra do Senhor. Ora desse silêncio, em certos ritos, não sobrou nenhum vestígio”.
 
Finalmente porque sendo a liturgia um Bem de todos, temos o direito a encontrarmos a Deus nela, o direito a uma celebração harmoniosa, equilibrada e sóbria que nos revele a beleza eterna do Deus Santo, superando tentativas de reduzi-la à banalidade e à mediocridade de eventos de auditório.
 
+ Dom Roberto Francisco Ferrería Paz
 
Bispo Auxiliar de Niterói
 
Fonte: Salve a Liturgia  |  Pensar  |  
            ---------------------------------------------------------------------------
Bater ou não bater palmas na Missa fará diferença em nossa vida espiritual?
Sim, fará. Lembram do ditado “lex orandi, lex credendi”? A lei da oração é a lei do que se crê?
 
Nossas atitudes na Missa refletem o que cremos a respeito dela, o conceito que da Missa temos. Assim, uma atitude pouco relacionada com o aspecto sacrifical da Santa Missa mostra que não temos assim tanta convicção de que seja realmente um sacrifício. Às vezes temos essa idéia de que é um sacrifício apenas no discurso, sem aprofundar realmente as conseqüências dessa fé.
 
Eis o meio mais adequado para assistir com fruto a Santa Missa: consiste em irdes à igreja como se fôsseis ao Calvário, e de vos comportardes diante do altar como o faríeis diante do Trono de Deus, em companhia dos santos anjos. Vede, por conseguinte, que modéstia, que respeito, que recolhimento são necessários para receber o fruto e as graças que Deus costuma conceder àqueles que honram, com sua piedosa atitude, mistérios tão santos.” (São Leonardo de Porto Maurício. Tesouro Oculto)
 
Reflitam nas palavras de São Leonardo de Porto-Maurício, sobre o melhor modo de assistir a Missa: como se estivéssemos indo ao Calvário. Não fui eu quem disse!
 
Tudo, na Missa, deve se ordenar para o essencial. Nada deve fugir a isso, sob pena de esquecermos que a Missa é um sacrifício.
 
A melhor forma de transmitir a Fé Católica, a Tradição e, principalmente, aquilo que é a Santa Missa, ou seja, seu caráter sacrifical tanto esquecido pela desobediência do princípio descrito no parágrafo anterior, é a fiel observação de certas normas, expressas nos documentos eclesiais e nas rubricas dos livros litúrgicos. No rito romano, os livros por excelência, onde se encontram os formulários da Missa e o modo de oferecê-la, são o Missal Romano e o Pontifical Romano, ambos restaurados e reformulados após o Concílio Vaticano II, para “exprimirem mais claramente as realidades sagradas que significam” (Constituição Apostólica de Sua Santidade, Paulo VI, “Missale Romanum”, de 3 de abril de 1969)
 
O uso adequado dos paramentos, o correto oferecimento da Missa, e a obediência irrestrita às rubricas não devem ser causa para que pensemos estarmos atrelados a uma forma fria de religiosidade. Pelo contrário, essa fidelidade, por apontar para o sacrifício, a ele se ligar, e por melhor demonstrar ao povo esse caráter da Santa Missa – eis a razão do seguimento de certas normas – dá a legítima idéia de submissão, piedade e unção, além daquilo que é mais substancial: protege a Missa de falsos conceitos daquilo que ela não é, e inculca na mente dos católicos e dos não-católicos aquilo que ela é – um verdadeiro e real sacrifício, o mesmo do Calvário, oferecido por Cristo para o perdão dos nossos pecados.
Fonte: Veritatis
 





Artigo Visto: 1826